sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A cidade desigual

Não, minha intenção nesse título não é falar sobre as desigualdades sociais que existem em toda metrópole. Essa desigualdade a que me refiro poderia mesmo ser literal se fosse possível colocar Fortaleza numa balança: o lado leste pesaria mais que o oeste pela grande quantidade de equipamentos culturais e serviços lá existentes.

O fenômeno é histórico e tende a continuar. Com o anúncio da construção do novo Centro de Convenções na avenida Washington Soares - e não no Centro histórico, como havia sido dito anteriormente -, a discussão tomou fôlego.

O assessor da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura (Seinf), Marcelo Albuquerque, disse em reunião na Câmara Municipal dos Vereadores que a cidade tem uma dívida histórica com a região oeste. Fazendo paralelos entre os dois lados, dá para perceber que o lado leste é onde ficam os equipamentos que simbolizam morte: o cemitério São João Batista e o Instituto Médico Legal (IML) - profético, não?

Agora estão dizendo que o Centro de Feiras e Eventos - outro equipamento - pode ser instalado no Centro. É evidente que a área oeste precisa de melhorias para abrigar espaços que concentrem muita gente. É uma questão de vontade política dar atenção a este espaço tão esquecido.

Quando passo no Grande Circular 2 pela avenida Radialista Lima Verde, fico imaginando como seria lindo passear pelo calçadão da Barra do Ceará e ver tantas outras pessoas admirando aquele lugar. Quantas pessoas devem conhecer o cruzeiro de Santiago, que fica no Pólo de Lazer da Barra do Ceará? Será que esse monumento que simboliza a chegada de Martim Soares Moreno na terra que mais tarde se chamaria Ceará consta nos catálogos de turismo?

Será que o governador e seus secretários só passam pelo lado oeste quando se encaminham para as praias? Assim como Ceará não é só Fortaleza, Fortaleza também não é só zona leste.

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