Essa semana, minha televisão deu problema: não aumenta nem diminui o volume e não muda de canal. Fica o tempo todo na Globo. A estúpida máquina me obriga a assitir o que ela quer! Já apertei que afundei o botão, mas ele é implacável: só quer ficar na Globo. Pareceu-me estranhamente coincidente isso acontecer no período de renovação das concessões e num momento em que a emissora perde pontos de audiência.
A situação que pra mim é obrigatória, é uma das poucas opções das cerca de 30 famílias que moram no meu quarteirão e de milhares da minha cidade. Se eu tivesse de ir na budega comprar uma coisa e não quisesse perder o capítulo da novela, era só apurar o ouvido ao passar na frente de cada uma das casas e ouvir de pedaço em pedaço o diálogo dos personagens.
Mas de uns anos pra cá, as coisas mudaram. Eu passo na rua e ouço - quando não vejo, já que alguns moradores gostam de pôr a televisão na calçada - os mais diversos sons, não mais a orquestra afinada da novela das oito. Filmes, shows... tem gente desistindo de assistir à Globo - e aos outros canais também. Não se percebe que o telespectador mudou, mas as emissoras continuam fazendo a mesma coisa todos os anos: a menina bonitinha da escola moderninha sempre fala as mesmas coisas; o vilão de olhar brilhante também.
Como já sei a história toda de cor - e parece que outras pessoas também -, prefiro desligar o diabo da TV, estranhar o silêncio da casa e ouvir a zuada dos meninos que brincam no meio da rua.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário